“A década de 1890 foi, no Brasil,
convulsionada pelo fim da escravidão, a
chegada de milhares de imigrantes sem
imunidade, as turbulências econômicas e
políticas subsequentes à proclamação da
República. A febre amarela alastrou-se por
diversas cidades do interior, reforçando o
partido dos que julgavam contagiosa, capaz de
viajar longas distâncias em navios e trens. O
caso exemplar desse modo de ver foi o do
presidente da província do Ceará, Antonio Caio
da Silva Prado, que teria sido fulminado pela
febre amarela em 25 de maio de 1889, depois de
abrir cartas e jornais vindo de Campinas, onde
grassava uma epidemia” (FRANCO, Sebastião
Pimentel; NASCIMENTO, Dilene Raimundo do;
SILVEIRA, Anny Jackeline Torres. Uma História
Brasileira das Doenças. Belo Horizonte, MG: Fino
Traço, 2018, p. 15).
Sobre os acontecimentos destacados no texto
acima, assinale a única alternativa correta:
AJA abolição da escravidão e, consequentemente, a
migração dos “novos livres”, mas infectados,
ampliou o alastramento da febre amarela, uma vez
que é transmitida de pessoa para pessoa, de forma
direta;
B) Os imigrantes europeus vindos, principalmente de
regiões ricas, industrializadas, desenvolvidas e
com amplo emprego, se tornaram presa fácil da
febre amarela, uma vez que os mosquitos
transmissores da doença tinham sido plenamente
eliminados no velho continente desde o fim da
epidemia do início do século XIX;
C)Os antigos escravos e seus descentes e os
imigrantes pobres das grandes cidades,
principalmente Rio de Janeiro, no final do século
XIX, dificilmente eram acometidos pela febre
amarela uma vez que a República, com as reformas
urbanas, melhorou suas condições de vida,
principalmente de moradia;
D) Na mesma época dos acontecimentos narrados,
estava em curso a partilha da África e a formação
dos modernos impérios europeus onde a malária,
doença do sono e outras patologias ameaçavam a
sobrevivência dos colonizadores e nativos;
E) A narrativa da morte do presidente da província do
Ceará não condiz com a verdade, uma vez que o
Ceará não sofreu as agruras de febre amarela, no
final do século XIX, uma vez ser a doença típica
das grandes florestas, como a da Tijuca, no Rio de
Janeiro, de Mata Atlântica;