Guinéus e negros tomados pela força, outros legitima-
mente adquiridos por contrato de compra foram trazidos ao
reino, onde em grande número se converteram à fé católica,
o que esperamos progrida até a conversão do povo ou ao
menos de muitos mais. [...] Por isso nós, tudo pensando com
devida ponderação, por outras cartas nossas concedemos
ao dito rei Afonso [de Portugal] a plena e livre faculdade,
entre outras, de invadir, conquistar, subjugar quaisquer sar-
racenos e pagãos, inimigos de Cristo, suas terras e bens, a
todos reduzir à servidão e tudo aplicar em utilidade própria e
dos seus descendentes.
| (Apud: Ynaé Lopes dos Santos.
História da África e do Brasil afrodescendente, 2017.)
O excerto, extraído de uma bula emitida pelo Papa Nicolau V
em 1454, revela
(A) o interesse econômico da Igreja católica nos negócios do
tráfico atlântico de africanos escravizados.
(B) o repúdio da máxima autoridade da Igreja católica às for-
mas de trabalho servil e assalariado
(C) a aliança politico-militar entre o Papado e o reino de Por-
tugal na defesa da conquista europeia da África.
(D) o endosso oficial da Igreja católica à escravização de afri-
canos, com a finalidade de catequizá-los.
(E) a tentativa de impedir a escravização dos nativos das co-
ônias por meio do estímulo à escravização de africanos