“Na origem, mythos não se opõe a logos. As
duas palavras significam "palavra, ‘relato’, qual seja
seu conteúdo. É somente no curso do século V que,
entre certos autores, seus campos de aplicação vão
se dissociar, mythos passando a designar [....] o que
se opõe [...] aos domínios do demonstrado, do
verificado, do verossímil, do conveniente”.
Vernant, 1.-P. Fronteiras do mito. In: Vernant, 1.
Funari, P. P.; Hingley, R. Repensando o mundo antigo.
Trad. bras. Renata C. Beleboni e Renata S. Garraffoni.
Campinas, SP: IFCH/Unicamp, 2005.
Acerca das relações históricas, filológicas e
filosóficas entre mythos e lógos, é correto afirmar,
com base em Jean-Pierre Vernant, que
A) mythos e lógos mantêm o mesmo significado,
permanecendo para toda forma de discurso,
apesar das tentativas de alguns autores de os
diferenciar.
B) mythos e lógos se diferenciam quando surgem
a filosofia e a oposição entre verdade e
falsidade, com toda a forma de mito recusada
como falsa.
C) lógos se diferencia do mythos no processo
histórico de constituição da pólis grega, com o
aumento de importância da argumentação e da
demonstração.
D) mythos antecede e prepara o lógos, de modo
que o discurso argumentativo é apenas a forma
política das antigas representações narradas de
mundo.