Souza (2018) fez um profundo estudo sobre a
“ralé brasileira”, expressão popular pejorativa no
Brasil para se referir às classes pobres e miseráveis.
Segundo ele, há no Brasil um “preconceito estético”
contra as classes populares que legitima, por
exemplo, os privilégios das classes mais abastadas.
Os de “cima”, as classes dominantes, na estrutura
social da sociedade brasileira, por possuírem a
capacidade econômica de poder comprar uma
garrafa de vinho de 15 mil reais ou possuírem carros.
de luxo, tomam a posse de tais bens para si como
uma distinção. O poder de consumo, assim, gera
uma sensação de “superioridade inata” atrelada à
ideia de "bom gosto”. Tal consumo distinto afasta as
classes abastadas de todos aqueles das classes mais
baixas que gostam de cerveja ou cachaça baratas e
carros populares.
SOUZA, Jessé. A ralé brasileira: quem é e como vive.
32 ed. ampliada. São Paulo: Editora Contracorrente, 2018.
Considerando essa perspectiva sociológica de Jessé
Souza, é correto concluir que
A) o bom gosto é próprio das pessoas educadas e
com preconceito estético.
B) as classes pobres e miseráveis do Brasil
desprezam as classes abastadas.
C) o status social elevado está estreitamente
ligado à posse de bens caros.
D) a ralé no Brasil possui o mau gosto por conta
da pobreza em que vive.