O terrorismo não tem outra ideologia que não seja a exal-
tação da morte, uma mentalidade legionária de múltiplas en-
carnações. Na Espanha, sofremos o do ETA [Pátria Basca e
Liberdade] e o dos GAL [Grupos Antiterroristas de Liberta-
ção]; na Colômbia, o de guerrilheiros e paramilitares; no Mé-
xico, o dos cartéis criminosos e do narcoestado; no Chile, o
dos sicários de Pinochet; no Oriente Médio, o de palestinos e
israelenses. E tantos outros. Mas o que se instalou no âmbito
global e transformou a vida política é o terrorismo de origem
islâmico-fundamentalista e o contraterrorismo dos Estados,
que fizeram do planeta um campo de batalha onde sobretudo
morrem civis [...].
(Manuel Castells. Ruptura: a crise da democracia liberal, 2018.)
O excerto identifica o terrorismo contemporâneo como um
fenômeno
(A) mundial, praticado tanto por grupos externos ao controle
estatal, quanto por regimes políticos institucionalizados.
(B) regional, presente nas distintas partes do planeta,
mas sempre resultante de disputas restritas a interes-
ses locais e particulares.
(C) relacionado ao crime organizado, que se manifesta tanto
por meio de estratégias clandestinas quanto através de
corporações legalizadas.
(D) associado a ideologias extremistas de direita ou de
esquerda, que agem para obter o controle de aparatos
políticos estatais.
(E) étnico e religioso, por resultar de ações de grupos per-
seguidos, que recorrem à ação armada para reivindicar
seus direitos.