A amargura alemã na derrota baseava-se na confusão
emocional e intelectual que cercava a Primeira Guerra
Mundial e o período a ela posterior. A ideia de que o
mundo estava contra a Alemanha tornara-se
praticamente uma daquelas profecias capazes de
provocar seu próprio cumprimento. (...) Não contentes
em eximir-se de culpa, tantos civis quanto generais
tentavam então convencer seus interrogadores da
correção da visão de mundo da Alemanha nazista. Os
civis não podiam entender por que os Estados Unidos
declararam guerra à Alemanha. Quando lhes disseram
que na verdade fora a Alemanha que declarara guerra
aos Estados Unidos, ficaram incrédulos. Isto
contradizia sua convicção de que os alemães eram as
verdadeiras vítimas da guerra.
Adaptado de BEEVOR, Antony. Berlim 1945: a
queda. 8.ed. Rio de Janeiro: Record, 2009.
A ascensão do nazismo na Alemanha contou com o
ressentimento provocado pela derrota do país na
Primeira Guerra Mundial, o que favoreceu os
discursos que prometiam revanche em relação ao
resultado do conflito. Outro fator que favoreceu a
constituição da crença de que os alemães eram as
vítimas da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) foi
a) as agressões do Eixo contra a população civil,
principalmente com o recurso ao bombardeio de áreas
urbanas, como ocorreu com as cidades de Dresden,
Nuremberg e Berlim criaram a convicção de que os
alemães eram vítimas.
b) o isolamento diplomático da Alemanha após a
invasão da Polônia em 1939, com a declaração de um
bloqueio econômico liderado por Inglaterra e França
produziu entre os alemães a convicção de que foram
vítimas de outros países.
c) a combinação entre a propaganda governamental
nazista e a crença de que a Alemanha foi
sistematicamente prejudicada possibilitava a
percepção de que os alemães foram vítimas de
agressões de outros países.
d) a invasão do território alemão pela União Soviética
em 1941, com apoio norte-americano, representou a
quebra do pacto Ribentrop-Molotov firmado em 1939,
que buscava garantir paz permanente entre os dois
países.
e) o sucesso alemão em superar as consequências da
crise econômica de 1929 não foi reconhecido por
Inglaterra, França e Estados Unidos, interessados em
responsabilizar a Alemanha pelos problemas
econômicos internacionais.