Oh, musa do meu fado,
Oh, minha mãe gentil,
Te deixo consternado
No primeiro abril,
Mas não sê tão ingrata!
Não esquece quem te amou
E em tua densa mata
Se perdeu e se encontrou.
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal:
Ainda vai tornar-se um imenso Portugal!
[...]
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal:
Ainda vai tornar-se um império colonial!
Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal:
Ainda vai tornar-se um império colonial!
(HOLANDA; GUERRA, 2014).
Os versos da composição musical remetem
(A)
(B)
a política mercantilista portuguesa que, ao estabelecer a
colonização do Brasil, abdicou das áreas coloniais afro-
asiáticas, promovendo sua autonomia política.
ao apoio econômico-militar que as ditaduras fascistas
europeias deram ao Estado Novo, como uma forma de
contrapor-se ao imperialismo estadunidense, implícito em
“Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal: / Ainda vai tornar-
se um império colonial!”.
ao espírito ufanista e nacionalista contrário à presença do
capital estrangeiro no Brasil, consolidado no populismo
do governo Juscelino Kubitschek, presente na comparação
da “pátria” à “mãe gentil”.
à oposição ferrenha da classe trabalhadora às Reformas
de Base do governo João Goulart, devido ao seu alcance
social de caráter limitado e reformista.
ao fascismo português, que entrou em crise com a
Revolução dos Cravos, responsável pela redemocratização
do país e que foi uma referência, no Brasil, na luta contra
a ditadura civil militar.