“A conservação das línguas africanas era um dos aspectos
mais importantes da vida dos escravos longe de seus
senhores. Quando se encontravam com seus conterrâneos
nas ruas e mercados, os escravos conversavam em ioruba,
quicongo ou quimbundo. Os viajantes que passavam por
eles nas ruas notavam a tagarelice de línguas que não
conseguiam entender. Os anúncios de fugitivos
mencionavam africanos que não falavam português. Muito
evidentemente eram novos africanos, mas havia também
fugitivos que viveram muitos anos no Rio sem aprender a
falar português”.
KARASCH, M. C. A vida dos escravos no Rio de Janeiro. 1808-1850.
São Paulo: Rio de Janeiro, 2000, p. 293-294.
Sobre a conservação das línguas africanas pelos escravos
no Brasil Império, é CORRETO afirmar:
a) Os donos de escravos estimulavam o uso da língua
materna para que, assim, fosse dificultada a
comunicação entre as diferentes etnias escravizadas.
b) Os africanos escravizados mantinham suas línguas
maternas, porque chegavam ao Brasil na idade adulta,
o que dificultava o aprendizado da língua portuguesa.
c) A manutenção das línguas africanas no Brasil pode ser
interpretada como um mecanismo de reconstituição de
e reforço das identidades africanas no estrangeiro.
d) Os africanos escravizados e libertos do Rio de Janeiro
não sabiam ler e escrever o português do período,
porque pertenciam a culturas africanas iletradas.
e) As línguas africanas eram utilizadas apenas nos rituais
e celebrações de origem africana, como a umbanda, o
candomblé e o calundu.