Na Amazônia, o projeto modernizador do final
do século XIX e início do século XX esteve
associado ao discurso da civilização propalado
pelas elites políticas e econômicas da região. No
caso de Belém, Antônio Lemos desenvolveu um
projeto urbanístico inspirado na reestruturação
urbana da cidade de Paris. Neste sentido,
afirma-se que:
O ao executar o projeto urbanístico municipal,
o intendente pretendia solucionar os
principais problemas da cidade de Belém,
sobretudo no que tange ao clima. Nas áreas
centrais foi implantada a arborização de
ruas e calçadas e nas áreas periféricas
foram construídos bosques e parques
ambientais protegidos por lei.
® ao elaborar o projeto de urbanização, os
técnicos do governo municipal, preocupados
com a propagação de doenças tropicais,
conseguiram que fosse aprovada na Câmara
a criação de crematórios, banheiros
públicos, necrotérios e ampliação do
sistema de esgoto e de distribuição de
água, beneficiando toda a população urbana
de então.
O ao colocar em prática o projeto de
urbanização, o intendente sofreu várias
críticas, expressas nos diferentes jornais da
época, pois tanto a população mais pobre
quanto setores do comércio ressentiram-se
com o aterramento de igarapés e de rios
que prejudicava o comércio e o uso
doméstico destes recursos naturais.
O ao adotar o “francesismo”, o intendente
renunciou à antiga estética colonial
portuguesa, promovendo uma renovação no
cenário urbano, preferindo o uso do ferro e
do vidro na composição de fachadas,
alargando as avenidas e boulevares,
saneando e arejando os espaços públicos no
centro de Belém.
O ao desenvolver o projeto nas áreas
periféricas de Belém, os técnicos municipais
enfrentaram resistências da população que
era forçada pelo código de posturas a
coletar O lixo em dias pré-definidos pela
Intendência, o que prejudicou, em parte, a
execução do projeto de embelezamento da
cidade.