Em finais de maio de 1845, Friedrich Engels (1820-1895) publicou o livro “A situação da classe trabalhadora
na Inglaterra”, do qual faz parte o trecho abaixo:
O que é verdadeiro para Londres também é para Manchester, Birmingham e Leeds — é verdadeiro para todas as grandes
cidades. Em todas as partes, indiferença bárbara e grosseiro egoísmo de um lado e, de outro, miséria indescritível; em todas
as partes, a guerra social [...]. Na escala em que, nessa guerra social, as armas de combate são o capital, a propriedade direta
ou indireta dos meios de subsistência e dos meios de produção, é óbvio que todos os ônus de uma tal situação recaem sobre
o pobre. Ninguém se preocupa com ele: lançado nesse turbilhão caótico, ele deve sobreviver como puder. Se tem a sorte de
encontrar trabalho, isto é, se a burguesia lhe faz o favor de enriquecer à sua custa, espera-o um salário apenas suficiente para
o manter vivo; se não encontrar trabalho e não temer a polícia, pode roubar; pode ainda morrer de fome, caso em que a polícia
tomará cuidado para que a morte seja silenciosa para não chocar a burguesia.
(ENGELS, Friedrich. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. Trad. Bernhard A. Schumann. São Paulo: Boitempo Editorial, 2010, p. 68-69.)
Com base no texto acima:
a)
b)
Contextualize o período que é criticado pelo autor e identifique duas características desse período.
Quais classes sociais estão em oposição na descrição fornecida pelo autor?