Naquele Império, a arte da cartografia alcançou tal perfeição que o mapa de uma única
província ocupava uma cidade inteira, e o mapa do Império uma província inteira. Com o
tempo, estes mapas desmedidos não bastaram e os colégios de cartógrafos levantaram
um mapa do Império que tinha o tamanho do Império e coincidia com ele ponto por
ponto. Menos dedicadas ao estudo da cartografia, as gerações seguintes decidiram que
esse dilatado mapa era inútil e não sem impiedade entregaram-no às inclemências do sol
e dos invernos. Nos desertos do oeste perduram despedaçadas ruínas do mapa habitadas
por animais e por mendigos.
BORGES, J. L. Sobre o rigor na ciência. Em: História universal da infâmia. Lisboa: Assírio e Alvim, 1982.
No conto de Jorge Luís Borges, apresenta-se uma reflexão sobre as funções da linguagem
cartográfica para o conhecimento geográfico.
A compreensão do conto leva à conclusão de que um mapa do tamanho exato do Império se
tornava desnecessário pelo seguinte motivo:
(A) extensão da grandeza do território político
(B) imprecisão da localização das regiões administrativas
(C
(D
) precariedade de instrumentos de orientação tridimensional
)
equivalência da proporcionalidade da representação espacial