Num mundo cada vez mais globalizado, o fato de as
ciências naturais falarem uma única língua universal e ope-
rarem sob uma única metodologia ajudou paradoxalmente a
concentrá-las nos poucos centros com recursos adequados
para seu desenvolvimento, isto é, nuns poucos Estados ricos
altamente desenvolvidos. Os cérebros do mundo, que na Era
das Catástrofes (entre 1914 e 1945) fugiram da Europa por
motivos políticos, desde 1945 foram drenados dos países po-
bres para os ricos por motivos sobretudo econômicos. Nas
décadas de 1970 e 1980, os países capitalistas desenvolvi-
dos gastaram quase três quartos de todos os orçamentos do
mundo em pesquisa.
(Eric Hobsbawm. Era dos Extremos, 1995. Adaptado.)
De acordo com o excerto, a globalização
(A) igualou a produção científica dos países, independente-
mente de sua riqueza ou regime político.
(B) estabeleceu técnicas de pesquisa comuns para minimi-
zar as diferenças entre países ricos e pobres.
(C) afastou as questões ideológicas dos laboratórios em fa-
vor de soluções para os problemas mundiais.
(D) reduziu a migração de cientistas para países ricos por
motivos econômicos, ao contrário do Entre-Guerras.
(E) refletiu, nos investimentos em ciências naturais, as dispa-
ridades econômicas entre os países.