Texto V
(...) Sendo, pois chegada a época de ver o
Brasil a justiça da sua Causa de acordo com os
interesses e as vistas de Inglaterra não cessarei de
lembrar a V. Sra. quanto importa aproveitar tão
felizes circunstâncias; elas são tão favoráveis que
sendo manejadas com aptidão e habilidade de V.
Sra. darão em resultado o reconhecimento pronto e
formal deste Império pela Inglaterra, sem talvez
haver precisão de o fazer dependente de condições
algumas; pois bem longe de estarmos agora em
circunstâncias de propor e pedir, mui pelo
contrário, a própria Inglaterra sentirá por si mesma
a necessidade de reconhecer a nossa independência
e contrabalançar a influência do Governo [francês],
que ora domina os conselhos de Madrid e de
Lisboa ...”
(Arquivo da Independência, vol. I, p. 56.)
A correspondência de Carvalho e Mello,
Secretário dos Negócios Estrangeiros do Brasil,
em 1824, revela características da diplomacia
brasileira no sentido do reconhecimento da
independência. No Texto V, fica evidente o
interesse em:
O utilizar o cena político europeu
favoravelmente ao Brasil.
buscar fazer acordo com Portugal e Espanha.
participar do jogo de alianças internacionais.
O oferecer a abolição do tráfico negreiro como
condição.
O resistir ao pagamento de indenização em
dinheiro.
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