O que os líderes latino-americanos tomaram do fascis-
mo europeu foi sua deificação de líderes populistas com
fama de agir. Mas as massas que eles queriam mobilizar,
e se viram mobilizando, não eram as que temiam pelo que
poderiam perder, mas sim as que nada tinham a perder. E
OS inimigos contra os quais eles as mobilizavam não eram
estrangeiros e grupos de fora (embora seja inegável o con-
teúdo antissemita no peronismo e outras políticas argenti-
nas), mas a “oligarquia”, os ricos, a classe dominante local.
(HOBSBAWM, Eric. A era dos extremos, o breve século XX:
1914-1991 Trad. São Paulo: Cia das Letras, 1991. p. 137)
O texto permite afirmar que, para o autor, os movimentos
latino-americanos influenciados pelo fascismo,
(A) não foram capazes de mobilizar a sociedade latino-
americana como os movimentos de características
nazifascistas que ocorreram na Europa ocidental.
(B) não possuíam caráter fascista de importância nacio-
nal, ocorrendo em determinadas comunidades de
imigrantes que trouxeram consigo essa ideologia.
(C) foram incentivados pelas correntes políticas que
consideravam as democracias liberais responsáveis
pela desordem social e econômica vigente.
(D) não apresentaram as mesmas características do fas-
cismo europeu, podendo ser visto como parte inte-
grante do declínio e queda do modelo liberal.
(E) foram realizados por meio de uma mobilização para-
militar semelhante à que ocorreu na Itália, com a
marcha chefiada pelo líder fascista sobre Roma.