A poética de Castro Alves insere-se na terceira
fase do romantismo brasileiro, a qual se
convencionou chamar de condoreira em alusão à
imponência do voo do condor. Essa poesia de
caráter social e linguagem eloquente, que
evidenciava o espaço cultural vivido pelo poeta,
traz em si os valores impostos pela época, que
impulsionaram uma das temáticas mais fortes da
poesia de Castro Alves: a luta abolicionista.
Analise os versos abaixo e marque aquele que
evidencia a marca condoreira em sua poesia.
O Tués, ó filha de Israel formosa.
Tu és, ó linda, sedutora Hebreia
Pálida rosa da infeliz Judeia
Sem ter o orvalho, que do céu deriva!
O Não sabes criança? 'Stou louco de amores...
Prendi meus afetos, formosa Pepita.
Mas onde? No templo, no espaço, nas
[névoas?!
Não rias, prendi-me num laço de fita.
O Minh'alma é como a fronte sonhadora
Do louco bardo, que Ferrara chora.
Sou Tasso!... a primavera de teus risos
De minha vida as solidões enflora
Longe de ti eu bebo os teus perfumes,
Sigo na terra de teu passo os lumes.
— Tu és Eleonora...
O Mas quando a branca estrela matutina
Surgiu do espaço... e as brisas forasteiras
No verde leque das gentis palmeiras
Foram cantar os hinos do arrebol,
Lá do campo deserto da batalha
Uma voz se elevou clara e divina:
Eras tu— Liberdade peregrina!
Esposa do porvir—noiva do sol!
O A tarde caia, nas águas barrentas,
As sombras das margens deitavam-se longas.