Segundo Aristóteles, “na cidade com o melhor
conjunto de normas e naquela dotada de homens
absolutamente justos, os cidadãos não devem viver uma
vida de trabalho trivial ou de negócios — esses tipos de
vida são desprezíveis e incompatíveis com as qualidades
morais —, tampouco devem ser agricultores os aspirantes
à cidadania, pois o lazer é indispensável ao
desenvolvimento das qualidades morais e à prática das
atividades políticas”
VAN ACKER, 7. Grecia. A vida cotidiana na cidade-Estado.
São Paulo: Atual 1604.
O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, permite
compreender que a cidadania
O possui uma dimensão histórica que deve ser criticada,
pois é condenável que os políticos de qualquer época
fiquem entregues à ociosidade, enquanto o resto dos
cidadãos tem de trabalhar.
© era entendida como uma dignidade própria dos grupos
sociais superiores, fruto de uma concepção política
profundamente hierarquizada da sociedade
O estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção
política democrática, que levava todos os habitantes
da pólis a participarem da vida cívica
O tinha profundas conexões com a justiça, razão pela
qual o tempo livre dos cidadãos deveria ser dedicado
às atividades vinculadas aos tribunais.
@ vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles
que se dedicavam à política e que tinham tempo para
resolver os problemas da cidade.