A cidade grega é o modelo por excelência, origem e
paradigma da democracia. É dela que retiramos as exigên-
cias constituídas de toda a política moderna. Mas a cidade
grega não é uma democracia modelo. Ela funciona à custa
de exclusões.
(Barbara Cassin et al. Gregos, bárbaros, estrangeiros, 1993. Adaptado.)
A afirmação do excerto é, aparentemente, contraditória, ao
reafirmar a democracia grega como modelo e sustentar que
o seu funcionamento era excludente. A aparente contradição
ocorre porque
(A)
(B)
o governo era dirigido pela classe senatorial, embora os
senadores fossem eleitos pelo conjunto dos cidadãos.
o poder político era exercido diretamente no interior das
propriedades rurais, embora dele permanecessem afas-
tados os que aravam a terra.
a pólis era internamente dividida em corporações de
ofício, embora o governo geral fosse composto por um
representante de cada uma delas.
a assembleia de cidadãos era formada por campone-
ses e artesãos, embora eles estivessem afastados dos
assuntos militares.
a participação dos cidadãos nas decisões públicas era
plena e direta, embora mulheres, estrangeiros e escravos
permanecessem fora da política.