O poema apresenta traços da estética da primeira fase do
modernismo, o que se faz evidente
(A) na exploração de palavras próprias da linguagem
espontânea e popular, como “boniteza”, e na ausência
de pontuação em “O pensamento a alma o desgosto”,
por exemplo.
(B) no emprego do verso livre ao longo de todo o texto e no
desprezo dos recursos que imprimem musicalidade aos
versos, considerando que não há rimas nem recorrências
sonoras.
(C) no uso de expressões com sentidos que contrastam,
como “pensamento” e “alma”, e na repetição sistemática
de frases inteiras, como “De você”.
(D) na subjetividade marcante, explicitada na presença do
pronome de primeira pessoa, e no uso de neologismos,
como “faceirice” e “enrabicham”.
(E) na ruptura com a gramática normativa, com o evidente
erro no emprego do verbo “receber” em “De você, Rosa,
eu não queria / Receber somente esse abraço”, e na pre-
sença reiterada de inversões sintáticas.