I.
II.
INSTRUÇÕES GERAIS
Dos cuidados gerais a serem tomados pelos candidatos:
Leia atentamente a proposta da prova de Redação.
Escreva, na primeira linha do Formulário de Redação, o título da Redação.
A Redação deverá ser escrita em língua portuguesa e em letra legível, usando, unicamente, caneta esferográfica de tinta preta.
Tenha como padrão básico 30 (trinta) linhas.
Empregue nível de linguagem apropriado à sua escolha.
Sa dO Na
Estruture seu texto utilizando recursos gramaticais e vocabulário adequados. Lembre-se de que o uso correto de pronomes e de
conjunções mantém a coesão textual.
7. Seja claro e coerente na exposição de suas ideias.
8. A Redação não deve conter qualquer registro ou sinalização que permita a identificação do candidato (nome, assinatura, rubrica etc.)
em local não destinado a esse fim, podendo acarretar desclassificação do candidato.
9. A Redação será avaliada quanto à adequação ao tema, adequação ao tipo de texto, adequação ao nível de linguagem, coesão e coerên-
cia. O candidato que obtiver nota O (zero) em um dos critérios — adequação ao tema, adequação ao tipo de texto ou coerência — será
desclassificado do Processo Seletivo.
Da Proposta:
DISSERTAÇÃO
Texto I
Servidão: Submissão de fato, sem escolha e sem limites, a um poder exterior. É o contrário da liberdade, da indepen-
dência, da autonomia, mas também da cidadania (que é submissão de direito a um soberano legítimo) e até da simples
obediência a uma autoridade escolhida ou aceita, nos limites que são os da dignidade e da responsabilidade.
(COMTE-SPONVILLE, André. Dicionário filosófico. São Paulo: Martins Fontes, 2011)
Texto II
LEVANTE-SE,
VOCÊ PRECISA
GERAR CONTEUDO.
(André Dahmer. Folha de S.Paulo, 10.02.2021)
Texto III
Se o mundo atual nos oferece como horizonte imediato o privilégio da servidão, seu combate e seu impedimento efetivos,
então, só serão possíveis se a humanidade conseguir recuperar o desafio da emancipação.
(ANTUNES, Ricardo. O privilégio da servidão: o novo proletariado de serviços na era digital. São Paulo: Boitempo, 2018)
Texto IV
A promessa de trabalho remoto da era digital se transformou numa servidão contemporânea. Na ânsia de automatizar
processos, a indústria criou uma série de trabalhos precários. Existe um tipo de “vassalo” — seguindo as analogias feudais,
talvez possamos chamá-lo de servo — no mundo dos aplicativos. São humanos com boa formação que hoje realizam
remotamente tarefas que os algoritmos de inteligência artificial ainda não fazem sozinhos. Eles identificam imagens, comparam
buscas com resultados mostrados, analisam exames médicos, conferem traduções, identificam vozes e até são convidados a
decidir se determinado conteúdo marcado como impróprio deve ser removido de uma rede social.
“Estudo esse assunto há mais de dois anos, e estimo que no máximo uma ou duas vezes os trabalhadores pareceram
saber o que estavam fazendo. É um trabalho muito alienado”, afirma Bruno Moreschi (pesquisador da Escola Politécnica da
USP). Apesar disso, o pesquisador ressalta que existe entre eles um forte discurso do sonho empreendedor, um elogio à
flexibilidade de se trabalhar a partir da própria casa e de não precisar “responder para um patrão”. Para Thatiana Cappellano,
uma das autoras do e-book Trabalho e sofrimento psíquico, esses trabalhadores têm características de “sobrevivente”, atuando
em uma relação não empresarial (não são contratados fixos) e de menor estabilidade (projetos pontuais). “Eles querem o
vínculo formal e acreditam que essa informalidade [do trabalho em plataformas] será passageira.”
(LAFLOUFA, Jacqueline. “Pago por clique”. Disponível em: https:/tab.uol.com.br, 03.02.2020. Adaptado)
Considerando os textos acima, escreva uma dissertação argumentativa sobre o tema:
Servidão digital