A República, ou os vitoriosos da República, fizeram muito
pouco em termos de expansão de direitos civis e políticos. O
que foi feito já era demanda do liberalismo imperial. Pode-se
dizer que houve até retrocesso no que se refere a direitos
sociais. Algumas mudanças, como a eliminação do Poder
Moderador, do Senado vitalício e do Conselho de Estado e
a introdução do federalismo, tinham sem dúvida inspiração
democratizante na medida em que buscavam desconcen-
trar o exercício do poder. Mas, não vindo acompanhadas por
expansão significativa da cidadania política, resultaram em
entregar o governo mais diretamente nas mãos dos setores
dominantes.
(José Murilo de Carvalho. Os bestializados:
o Rio de Janeiro e a República que não foi, 1987. Adaptado.)
Essa situação de cidadania restrita era resultado, dentre
outras razões,
(A) da regulamentação do direito ao voto a homens alfabeti-
zados com no mínimo 21 anos.
(B) da instituição de eleições indiretas para os cargos do
Executivo.
(C) da divisão do eleitorado em duas categorias distintas:
votantes e eleitores.
(D) da exigência de uma renda mínima para participar do
processo eleitoral.
(E) da adoção do voto distrital para reforçar as relações
clientelistas no campo.