Aguarde...
Aguarde...
Pronto! Agora aguarde a página ser recarregada.

Busca de Exercícios - UFRGS - Redação Aprenda a usar!

Entrar
Assine Já!
Seu período de teste expirou!
Nova funcionalidade: Provas

Agora você pode fazer provas completas de vestibulares anteriores. Quer conhecer?

Estamos criando um canal no Youtube.

Se inscreva e aprenda o que mais cai de uma forma jamais vista

Filtros

Questões selecionadas:
OK

Entre 2005 e 2024
Seja Premium! Premium: filtre entre 2005 e 2024.
Arraste para selecionar o intervalo de ano.
  • Redação
Digite uma matéria, ou um assunto mais específico, ou escolha pelo botão ao lado.
Todas
Não Resolvidas
Resolvidas
Acertei
Errei
Seja Premium! Premium: filtre pelas suas resolucoes!
Apenas com resolução:
vídeo
escrita
Os exercícios não irão necessariamente conter todos esse(s) assuntos, mas os que tiverem, terão maior probabilidade de aparecer primeiro na busca.
Buscar Busca Avançada Limpar Filtros

Para buscar questões é necessário estar logado. Cadastre-se Grátis!

Resultados

1(UFRGS - 2024)Número Original: 0Código: 14110010

Concurso Vestibular - Primeiro Dia

Redação
Informar Erro na Classificacao das Questões
Estes assuntos não são relacionados a questão? Discorda dessa classificação?

Questão de Vestibular - UFRGS 2024

Veja o vídeo para saber a resposta!

Opções de Resposta: 
     Acertei     
     Errei     




Não quer ver anúncios?

2(UFRGS - 2023)Número Original: 0Código: 13024370

Concurso Vestibular - Primeiro Dia

Redação
Informar Erro na Classificacao das Questões
Estes assuntos não são relacionados a questão? Discorda dessa classificação?

Questão de Vestibular - UFRGS 2023
Questão de Vestibular - UFRGS 2023
Exibir texto da questão

Considere, abaixo, o texto “O apagamento das mulheres na história e o direito à memória”, de autoria da Juíza do Trabalho Daniela Valle R. Muller, escrito para o blog Sororidade em Pauta, e publicado na Revista Carta Capital, em 12.04.2019. Às vezes acontece bem na nossa frente, de supetão. A verdade é que passamos a enxergar o que já acontece faz tempo, afinal, o apagamento da mulher na história e/ou a diminuição do seu papel eram tidos como “naturais” e só passaram a ser percebidos como problema há pouco tempo. Uma situação da qual nos damos conta aos poucos, percebendo que nos relatos oficiais nós, as mulheres, sumimos e, quando mencionadas, aparecemos apenas em papéis coadjuvantes — amantes, esposas, mães, enfim, como um detalhe pitoresco e de menor relevância da narrativa. Discutimos e pensamos nisso, normalmente, de forma abstrata, mas a vida não acontece apenas no plano das ideias, a realidade é caprichosa e um dia ela teima de acontecer assim, na nossa frente, e de um modo semiexplícito para não deixar dúvida do que se passa. Mais do que entender, nesse momento sentimos o que é a memória negada e distorcida em relação às mulheres, em especial quanto a sua atuação na esfera pública. Comigo esse flagrante aconteceu durante uma aula sobre Lênin e a Revolução Russa. O professor relatava detalhadamente os acontecimentos entre 1914 e 1920 e a certa altura mencionou uma importante reunião de governo, realizada pouco depois da vitória revolucionária. Nesse momento, uma aluna interpelou sobre a participação de uma determinada mulher na referida reunião. O professor confirmou, mas disse que essa participação, essa mulher, o fato em si, nada daquilo era significativo e seguiu a aula sem dar detalhes sobre nossa revolucionária, que permaneceu nas sombras da história. Nesse exato momento, aquela mulher foi simplesmente apagada da narrativa histórica, e isso aconteceu através de um gesto singelo, cotidiano: avaliação como irrelevante dessa presença feminina. E um poder grande esse de selecionar o que é importante e o que não é digno de registro e nota, o que pode ser apagado, esquecido. Até hoje não sei quem era a pioneira, seu nome não foi anotado no quadro, nem mesmo foi ditado claramente, apenas mencionado en passant pela colega de turma. E isso em relação a um movimento protagonizado por mulheres que, em 23 de fevereiro de 1917 (dia 8 de março no nosso calendário), iniciaram um protesto e uma greve que foram o estopim da Revolução Russa de outubro de 1917. Mesmo assim, pouco ou nada sabemos acerca de revolucionárias como Inês Armand, Natália Sedova, Rosalia Zemlyachka, Alexandra Kollontai e Nadêjda Krúpskaia. Esse é apenas um de infinitos casos. Mesmo em relação à Revolução Francesa, detalhada, descrita e narrada ad nauseam nos últimos duzentos anos, raramente se menciona a existência de Olympe de Gouges que, em 1791, escreveu a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, além de peças teatrais que explicavam os princípios da Revolução Francesa à enorme massa de analfabetos; nem Sophie de Condorcet e tantas outras que já questionavam a desigualdade opressora entre homens e mulheres. A história do Brasil não é exceção. Aqui, tantas outras mulheres são igualmente esquecidas, classificadas como desimportantes. Desse jeito ficamos sem acesso a uma parte importante da nossa memória, das origens que nos constituíram como sociedade, porque pouco ou nada conhecemos sobre figuras como Dandara dos Palmares, Luísa Mahin, Mariana Crioula, Myrthes Campos, Alzira Soriano, Nísia da Silveira. Ou então são desqualificadas como figuras tristes, loucas ou más. Essa desqualificação, aliás, é uma constante, basta lembrar a vereadora Marielle Franco que, poucas horas após seu brutal assassinato, sofre uma nova tentativa de homicídio, dessa vez, simbólico, moral. Para que o crime seja perfeito sua morte tem que ser completa, para impedir a continuidade da sua luta, das suas ideias, da sua representatividade, enfim, para que ela se torne uma pessoa que ninguém conhece e, portanto, sem importância, senha para desaparecer dos registros históricos oficiais. E muito antes dela aprendemos: D. Carlota Joaquina era louca, D. Leopoldina, melancólica e mal- amada, Domitila de Castro, apenas uma mundana e por aí vai. Será mesmo? Mulheres que participaram tão ativamente de acontecimentos políticos tão relevantes na história do Brasil? Um país que nasceu de um decreto assinado por uma mulher, onde a escravidão foi extinta por lei assinada também por uma mulher, a primeira escola pública gratuita foi instituída por uma mulher, a primeira greve geral foi iniciada por mulheres, operárias da indústria têxtil de São Paulo, não tem como contar sua história por inteiro excluindo as mulheres da narrativa e dos registros oficiais. Consequência dessa falta de registro é a impressão, fortemente instalada no senso comum, de que a participação das mulheres na história, na sociedade e na política é nula ou bastante secundária e reforça a premissa patriarcal de que a mulher deve se restringir ao ambiente e às questões domésticas, civis, particulares. Entretanto, a memória das conquistas, das realizações e também das injustiças sofridas por nossas ancestrais que foram massacradas e/ou silenciadas, que não tiveram oportunidade de ter seu ponto de vista considerado, é a chave para interromper essa lógica, sendo um componente essencial para compreender o presente e confrontar uma visão de “natureza” quanto ao protagonismo dos homens na construção do processo histórico. Tal quadro desafia a compreensão da realidade para além dos feitos narrados pelos vencedores, registrados nos livros e documentos oficiais, e recomenda uma aproximação do passado que fica oculto, de expedientes que a história oficial deu por arquivados, mas estão guardados em fragmentos como roupas, canções, corpos, depoimentos, ruínas, prédios. Olhar com atenção esses fragmentos permite “escovar a história a contrapelo”, conhecer e cultivar a memória daquelas que lutaram e trazê- las a público para dar nova vida às mulheres que ficaram escondidas nas sombras da história. Porque a memória é assim, um jogo de luz e sombras, seletiva: enquanto traz à luz alguns fatos e aspectos, obscurece tantos outros, que se apagam, caem no esquecimento. Resgatar a memória de luta das mulheres é uma necessidade para enfrentar, hoje, o retrocesso representado pela opressão machista e patriarcal; portanto, conhecer, registrar e divulgar os feitos das mulheres, suas lutas, suas ideias, suas estratégias de solidariedade e enfrentamento é dar nova vida a essas guerreiras, evitando que fiquem nos registros históricos como derrotadas e insignificantes. Disponível em: https: //www.cartacapital.com.br/blogs/sororidade-em-pauta/o0-apagamento-das-mulheres- na-historia-e-o-direito-a-memoria/ Você, com certeza, percebeu: o texto é contundente! Ele expõe com clareza a opinião da Juíza a respeito do assunto. Para argumentar, a autora faz uso de conhecimento histórico, de experiências pessoais e de exemplos conhecidos, ou não, por nós. Realmente, o tema “O apagamento das mulheres na história e o direito à memória” merece discussão ampla e aprofundada. A partir da leitura do texto, considere a seguinte situação: você faz parte de um grupo universitário que estuda e debate assuntos da contemporaneidade, atividade muito comum dentro das universidades. Normalmente, esses grupos são coordenados por um ou dois professores e contam com a participação de alunos de iniciação científica, alunos de diferentes semestres da faculdade, outros professores etc. Ou seja, são, por natureza, bastante heterogêneos. O fato é que o professor coordenador do seu grupo leu o texto da Juíza durante uma reunião e, como era de esperar, o tema suscitou forte debate. Alguns colegas concordaram completamente com a autora; outros, dela discordaram veementemente. Enfim, instaurou-se uma forte polêmica! Tendo em vista essa situação, o professor coordenador solicitou a membros do grupo a redação de textos dissertativos que apresentem claramente um posicionamento acerca das opiniões lançadas pela Juíza. Esses textos representarão as ideias daqueles que concordaram ou daqueles que discordaram da autora. Você foi um dos escolhidos pelo professor nesta importante tarefa: escrever um dos textos! Observe que você será porta-voz de uma coletividade: seu texto, além de apresentar um posicionamento qualificado sobre as ideias da Juíza, deverá representar a opinião de seus colegas de grupo. Enfim, você deverá escrever uma dissertação que, ao ser lida no grupo de estudos ao qual você pertence, apresentará seu ponto de vista sobre o texto da Juíza e representará a opinião daqueles com os quais você se identificou durante o debate. Bom trabalho! Instruções A versão final do seu texto deve: 1 - conter um título na linha destinada a esse fim; 2 - ter a extensão mínima de 30 linhas, excluído o título — aquém disso, o texto não será avaliado —, e máxima de 50 linhas. Segmentos emendados, ou rasurados, ou repetidos, ou linhas em branco terão esses espaços descontados do cômputo total de linhas. 3 - ser escrita, na folha definitiva, com caneta e em letra legível, de tamanho regular.


Opções de Resposta: 
     A     
     B     
     C     
     D     
     E     




Não quer ver anúncios?

3(UFRGS - 2022)Número Original: 0Código: 11556885

Concurso Vestibular - Primeiro Dia

Redação
Informar Erro na Classificacao das Questões
Estes assuntos não são relacionados a questão? Discorda dessa classificação?


Mostrar Texto
Questão de Vestibular - UFRGS 2022
Exibir texto da questão

Como você pode perceber, a ex-presidente da Irlanda tem opiniões claras a respeito do impacto que as mudanças climáticas têm na vida das pessoas. Ela, em sua argumentação, apresenta aspectos relativos às mudanças climáticas e à consequente ameaça aos direitos humanos. A partir disso, considere a seguinte situação. Você já é aluno universitário e é finalista, juntamente com mais dois colegas, de um projeto de sua Universidade que proporciona a jovens estudantes debater presencialmente com grandes personalidades do mundo. Neste ano, a personalidade que debaterá com um aluno será a ex- presidente Mary Robinson. Na verdade, apenas um dos três finalistas terá a incumbência de discutir com ela. O escolhido será aquele que convencer um grupo de jurados, formado por alunos e professores, de que tem as ideias mais bem fundamentadas a respeito do assunto a ser debatido e de que tem opiniões bem claras e definidas acerca do que pensa a ex-presidente. Para definir quem será o escolhido entre os três finalistas, os jurados determinaram que cada um deverá escrever um texto dissertativo a respeito das ideias da ex-presidente na entrevista. Esse texto será lido, em voz alta, em uma sessão em que os jurados estarão presentes. Você deverá, portanto, escrever o seu texto e lê-lo para os jurados. Lembre-se de que esses jurados vão escutá-lo e vão comparar o seu texto aos dos outros dois alunos que também gostariam de estar frente à ex-presidente para, com ela, debater. A partir dessa comparação, os jurados escolherão quem será o aluno que representará sua Universidade no debate com a grande pensadora. Em resumo, você deverá escrever uma dissertação que, ao ser lida perante o grupo de jurados, deve apresentar claramente seu ponto de vista sobre as ideias de Mary Robinson expressas na entrevista publicada no jornal. Essa redação deve convencer os jurados de que você é a pessoa certa para representar sua Universidade nesse grande evento. Para fazer o seu texto, recomendamos que você: a) seja claro ao apresentar seu ponto de vista sobre as ideias defendidas pela ex- presidente na entrevista; b) construa argumentos bem fundamentados, de modo que possam convencer os jurados de que você é a pessoa ideal para debater com a pensadora. Bom trabalho! Instruções A versão final do seu texto deve: 1 - conter um título na linha destinada a esse fim; 2 - ter a extensão mínima de 30 linhas, excluído o título — aquém disso, seu texto não será avaliado —, e máxima de 50 linhas. Segmentos emendados, ou rasurados, ou repetidos, ou linhas em branco serão descontados do cômputo total de linhas. 3 - ser escrita, na folha definitiva, com caneta e em letra legível, de tamanho regular.


Opções de Resposta: 
     A     
     B     
     C     
     D     
     E     




Não quer ver anúncios?

4(UFRGS- aa - 2014)Número Original: 0Código: 6396147

Segundo Dia

Redação
Informar Erro na Classificacao das Questões
Estes assuntos não são relacionados a questão? Discorda dessa classificação?

Questão de Vestibular - UFRGS 2014
Exibir texto da questão

O que faz de uma obra um clássico, na nossa cultura? Essa pergunta pode receber diferentes respostas, que enfocam desde aspectos sociológicos e estéticos, até políticos e epistemológicos. Na literatura, clássico, por vezes, designa os escritores que atingiram a maturidade literária; por outras, os escritores modelares; também pode designar apenas os escritores da literatura latina ou grega; e, ainda, aparece na antítese clássico/romântico. Segundo a filósofa Carolina Araújo, “o clássico se mantém de dois modos: como a referência acadêmica essencial à formação e como a reinvenção do passado que supõe essa referência e amplia-a, introduzindo o novo”. Coexistem, no clássico, portanto, o passado e o presente. O escritor Italo Calvino acredita que “um clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer”, e acrescenta: “dizem-se clássicos aqueles livros que constituem uma riqueza para quem os tenha lido e amado”. Como é possível ver, clássico, hoje em dia, é uma palavra que pode ter vários sentidos. Existem livros que tiveram grande contribuição para a sociedade como um todo e, por isso, tornaram-se clássicos da literatura. Existem, também, aqueles que fazem a mesma diferença revolucionária para uma pessoa em particular, passando assim a ser o seu clássico. Isso quer dizer que todo mundo tem seu próprio clássico, mesmo que, para o senso comum, ele não seja tão clássico assim. Todo mundo tem aquele livro que leu e ficou guardado carinhosamente na memória; aquele que leu mais de uma vez, mais de duas vezes, repetidas vezes ao longo da vida; aquele que tem lugar permanente e cativo na estante ou na mesa de cabeceira. Nessa perspectiva, quem diz o que é clássico é você mesmo, pois, como lembra, ainda, Calvino, “os clássicos não são lidos por dever ou por respeito, mas só por amor”. ARAÚJO, Carolina. O clássico como problema. Poiesis, n. 11, p.11-24, nov. 2008. Adaptado de: Qual o seu clássico? Disponível em: . Acesso em: 20 nov. 2013.


Veja o vídeo para saber a resposta!

Opções de Resposta: 
     Acertei     
     Errei     




Não quer ver anúncios?

5(UFRGS - 2020)Número Original: 0Código: 7887482

Segundo Dia

Redação
Informar Erro na Classificacao das Questões
Estes assuntos não são relacionados a questão? Discorda dessa classificação?

Questão de Vestibular - UFRGS 2020
Exibir texto da questão

Leia, abaixo, o texto escrito pelo jornalista Leonardo Lichote e publicado no Jornal “O Globo”, em fevereiro de 2018. Críticas a “Que tiro foi esse?' e outras canções levantam a questão: a música brasileira está pior? Há alguns dias, um texto (erradamente) atribuído a Arnaldo Jabor circulou pela internet atacando a qualidade da música que se ouve hoje no Brasil. Partindo do refrão do sucesso “Que tiro foi esse?”, de Jojo Todynho, o artigo trazia frases como “Que tiro foi esse? Que acertou os timpanos do nosso povo, fazendo-os ouvir lixo achando que é música”. O cantor e compositor Jorge Vercillo foi um dos que compartilharam a história em seu perfil no Facebook. Em dezembro, Lulu Santos, observador atento há décadas da música das periferias, que costuma trazer pra perto de sua própria produção, ja havia soltado um comentário do mesmo teor no Twitter: “Caramba! E tanta bunda, polpa, bumbum granada e tabaca que a impressão que dá é que a MPB regrediu pra fase anal. Eu, hein?”. Os hits são novos, mas a polêmica é antiga. Veja a pancada a seguir: “é a mais baixa, a mais chula, a mais grosseira de todas as danças selvagens”. Acha que é sobre lambada? Dança da garrafa? Funk? Longe disso — e por muitas décadas. Foi assim que o “Diário do Congresso Nacional” de 8 de novembro de 1914 reagiu a uma música de Chiquinha Gonzaga, “Gaúcho”, famosa como “Corta-jaca”. Esse é um de muitos exemplos de artistas que já foram atacados e (em algum nível) acabaram legitimados e aceitos pela nobreza da MPB ou pela academia. Os exemplos passam por Pixinguinha, Luiz Gonzaga, E o Tchan. E nem a bossa nova escapou. Foi chamada de mera cópia da música americana por Tinhorão. — Por trás dessas reações está sempre o mesmo princípio: o preconceito. Mas não tem como. Tudo isso representa a música brasileira — diz Ney Matogrosso. — O funk, sim, é calcado na estética americana, e essa talvez seja minha única crítica. Mas o ritmo, eu adoro. Quanto ao aspecto sexual, não vejo problema. A umbigada vem lá dos escravos, né? E o tal negócio: se não gosta, come menos; se não se interessa, não ouve. Fred Coelho, professor de Literatura da PUC-Rio, vai ainda mais fundo ao investigar o traço (racial, moral, social) que atravessa essas críticas há mais de um século. Ele explica que a leitura que se fazia dos artistas era determinada pelas origens deles: “músicos de favelas”, “de classe HW ven ven média”, “nordestinos”, “urbanos”, “caipiras”. — Nas últimas décadas, tais marcações foram deslocadas para temas mais políticos. As favelas tornam-se periferias tecnológicas globalizadas, caipiras dominam as paradas com as variações do sertanejo e músicos regionais produzem do tecnobrega e da guitarrada paraense ao som primoroso de Siba ou da rabeca da Thomas Rohrer. Só a música de classe média — a canção popular radiofônica dos anos 1980 e 90 — permanece no mesmo lugar, segundo Coelho. E esse talvez seja um dos motivos das críticas, do estranhamento entre quem está estabelecido e quem chega como novidade. Uma dinâmica que pode até vir a ter efeitos positivos: — A saida, talvez, seja entender que essa dinâmica faz com que parte do público ouça, sem distinção, Mr. Catra, Luan Santanna, Pabllo Vittar, Zeca Pagodinho e, certamente, Lulu Santos. Pode ser um aprendizado ver como um músico que é pura história da canção sofisticada brasileira, como Chico Buarque, comentou esse quadro em “Caravanas”. O compositor João Cavalcanti concorda que há uma lógica de disputa, pontuada pelo moralismo. E compara: — Se o ataque fosse à simplicidade das canções, atacariam Caymmi por dizer “se fizer bom tempo amanhã eu vou/ mas se por exemplo chover não vou”. E um ciclo tão previsível que o próprio criticado de ontem vira o crítico da vez — diz ele, lembrando que tanto Lulu quanto Vercillo já apanharam por fazerem sucesso. Não que seja o caso de aderir de forma irrestrita a tudo o que vira viral, pondera Cavalcanti: — Também me incomodo com determinadas repetições, fórmulas. E tenho certo bode do discurso que diz que algo é maravilhoso só porque é popular. Mas não posso usar meu gosto para dizer o que serve ou não ao povo. No centro de tudo, ele aposta, está a dificuldade de compreensão do outro: — Tem menos a ver com a qualidade em si do que com uma dificuldade de entendimento dos mundos diferentes que convivem num mesmo país. (Os artistas populares) não precisam do aval de ninguém, a não ser desse público. Quanto tempo vao durar? Vai saber...’ A radialista Patricia Palumbo, do “Vozes do Brasil”, se afina na mesma percepcao: — Se é cultura de massa que o artista almeja, ele tem que ir atrás das massas, traduzir o que pensa e como vive esse público que não lê os clássicos, não vai a concertos, não foi ao cinema e muitas vezes nem à escola. E um desafio. A Tropicália, que deu régua e compasso para que muito da música de origem popular fosse legitimada, era uma tentativa de diálogo com essa produção — fosse o pop internacional, fosse a música radiofônica ou das ruas do Brasil profundo. E sentiu os efeitos disso, recorda Tom Zé: — Minha tia dizia que a gente não fazia música, fazia ritmo. Fico imaginando o que ela diria de MC Loma (do hit “Envolvimento”, que ouvi outro dia e achei muito simpática — ri o tropicalista. Os donos dos hits seguem alheios ao debate, nota Zélia Duncan: — Os sertanejos vivem num universo que nem alcançamos. Possuem aviões e plateias que enchem estádios, vários dias por semana. Não precisam do aval de ninguém, a não ser desse público. Quanto tempo vão durar? Vai saber... Adriana Calcanhotto, que apanhou ao gravar Claudinho & Buchecha, não arrisca previsão, mas amarra a discussão citando um samba, com ar clássico, de outro tropicalista: — Parece que “desde que o samba é samba é assim”. Disponível em: https: //oglobo.globo.com/cultura/ musica /criticas-que-tiro-foi-esse-outras- cancoes-levantam-questao-musica-brasileira-esta-pior-22406901. Acesso em: 20 out. 2019. O texto acima discute uma das principais formas de expressão da cultura brasileira: a música. Já no titulo, é apresentada a grande pergunta que conduz a elaboração de sua linha argumentativa: “a música brasileira está pior?”. Para responder a tal indagação, Leonardo Lichote vale-se da história da recepção da música pela critica especializada, de testemunhos de artistas e da indicação de vários exemplos. A partir disso, ele faz O leitor compreender os motivos que o levam a expor um ponto de vista acerca da questão. Sem dúvida, o assunto é controverso e o texto não ignora isso! Evidentemente, é fácil encontrar quem concorde com a perspectiva assumida pelo jornalista e também quem dela discorde. E isso não deve causar nenhum espanto, pois, quando se aborda um tema que está presente no cotidiano de todos — como é obviamente o caso da música brasileira —, é comum encontrar múltiplas opiniões e quem as defenda com afinco. Com certeza, você, após a leitura do texto, também formulou uma opinião acerca das ideias nele contidas. Assim, considere que você decidiu apresentar ao jornalista a sua visão a respeito do que leu. Para tanto, você deverá escrever um texto a ser enviado ao jornal, que poderá publicá-lo na sessão “Opinião do Leitor”. Observe que é muito importante que, em seu texto, as ideias estejam expressas com clareza, para que os demais leitores do jornal possam compreendê-las e, com elas, concordar ou não. Aliás, é fundamental que você também lembre que o jornalista certamente vai ler o seu texto. Em resumo, você deverá escrever um texto dissertativo que apresente o seu ponto de vista acerca das ideias, veiculadas pelo texto do jornalista, a respeito da música brasileira. Para tanto, você deve: a) escolher uma ou mais ideias do texto, defendê-la(s) e/ou contestá-la(s); b) apresentar argumentos que justifiquem a sua opinião a respeito dessas ideias, utilizando, se for o caso, os próprios exemplos dados pelo jornalista. O importante é que você explicite claramente o que pensa sobre as ideias presentes no texto de Leonardo Lichote. Bom trabalho! Instruções: A versão final do seu texto deve: 1 - conter um título na linha destinada a esse fim; 2 - ter a extensão mínima de 30 linhas, excluído o título — aquém disso, seu texto não será avaliado —, e máxima de 50 linhas. Segmentos emendados, ou rasurados, ou repetidos, ou linhas em branco terão esses espaços descontados do cômputo total de linhas; 3 - ser escrita, na folha definitiva, com caneta e em letra legível, de tamanho regular.


Esta questão é discursiva e ainda não possui gabarito cadastrado!
Opções de Resposta: 
     Acertei     
     Errei     




Não quer ver anúncios?

Criar Lista com Resultado da Busca
Atenção: Esta lista será criada com as primeiras questões do resultado da busca (30 para assinantes ou 10 para não assinantes).
Dica: Para gerar listas com o restante das questões desses mesmos filtros (assuntos, vestibular etc), primeiro resolva as questões dessa lista e depois gere outra lista filtrando também com 'apenas questões não resolvidas.'


Texto
Adicionar Questão à Lista
Gabarito
Você ainda está aí?

Sim
O que você gostaria de encontrar?