Ao invés de perceber-se como sujeito político, que
pode atuar para a transformação social, o cidadão
potencial prefere fechar-se em seu mundo
privado, desiludido com a política. Esse aparente
desinteresse político no fundo indica
distanciamento crítico da política governamental,
mas acaba paradoxalmente por reforçá-la: quem
cala consente. Todos sofrem os atos políticos do
governo, que tendem a se perpetuar caso não
surja uma oposição organizada e combativa
contra eles. (RIDENTE. 2011. p. 91).
A mobilização social e a participação mais ativa do cidadão
brasileiro na política variaram, na história republicana do país,
como se pode inferir
(A)
nos movimentos messiânicos de Canudos e Contestado,
cuja defesa de uma reforma agrária radical mobilizou
centenas de camponeses na luta armada contra os
coronéis da Primeira República e o governo oligárquico.
no apoio da classe média, da Igreja Católica e dos
sindicatos rurais e urbanos à proposta de reformas de
base do governo João Goulart, que propunha uma política
redistributiva de renda, com a estatização dos meios de
produção.
na comoção nacional provocada pela morte de Getúlio
Vargas, fruto de um complô realizado pela elite industrial
e financeira, associada ao capital estrangeiro, precipitando
o estabelecimento do regime ditatorial militar.
(D) no estabelecimento do movimento das Diretas Já, em
apoio à emenda Dante de Oliveira, que, através de uma
ação suprapartidária, culminou em uma grande frustração
nacional, com a permanência das eleições indiretas para
presidente.
no movimento dos Caras Pintadas, que, manipulado pelos
grandes órgãos de comunicação, pressionava pela
deposição de Fernando Collor de Mello, em decorrência
da sua política nacionalista e estatizante.