Eis dois homens a frente: um, que quer servir, o outro,
que aceita, ou deseja, ser chefe. O primeiro une as mãos
e, assim juntas, coloca-as nas mãos do segundo: claro
símbolo de submissão, cujo sentido, por vezes, era ainda
acentuado pela genuflexão. Ao mesmo tempo, a persona-
gem que oferece as mãos pronuncia algumas palavras,
muito breves, pelas quais se reconhece “o homem” de
quem está na sua frente. Depois, chefe e subordinado bei-
jam-se na boca: símbolo de acordo e de amizade. Eram
estes — muito simples e, por isso mesmo, eminentemente
adequados para impressionar espíritos tão sensíveis às
coisas — os gestos que serviam para estabelecer um dos
vínculos mais fortes que a época feudal conheceu.
(Mare Bloch. A sociedade feudal, 1987.)
Miniatura do Liber feudorum Ceritaniae, século XIII
(www meu.es)
O texto e a imagem referem-se à cerimônia que
(A) consagra bispos e cardeais.
(B) estabelece as relações de vassalagem.
(C) estabelece as relações de servidão.
(D) consagra o poder municipal.
(E) estabelece as relações de realeza.