“Entre o Irã e a Espanha
existem grandes diferenças. O fracasso do
desenvolvimento econômico impediu que se
formassem, no Irã, a base social de um regime
liberal, moderno, ocidentalizado. Formou-se,
em compensação, um imenso impulso popular,
que explodiu este ano: ele atropelou os partidos
políticos em via de reconstituição; acabou por
jogar milhões de homens nas ruas de Teerã
contra as metralhadoras e os tanques.
E não se gritava somente “para a morte o
xá”, mas também “islã, Islã, Khomeyni, nós o
seguiremos”. E, mesmo, Khomeyni para rei”
(FOUCAULT, Michel. “Com o que Sonham os
Iranianos?”. IN: FOUCAULT. Ditos e Escritos, (v. VI.
Repensar a Política. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 2013.). O substrato acima foi retirado de
um artigo publicado por Michel Foucault no Le Nouvel
Observateur, n. 727, 16-22 de outubro de 1978.
Podemos dizer corretamente sobre o
acontecimento analisado por Foucault que se
trata:
A) do movimento que destituiu do poder iraniano o
aiatolá Khomeini, fundador da República Islâmica
do Trã, instituída em 1973 com a alta dos preços do
Petróleo dos países da OPEP (Organização dos
Países Exportadores de Petróleo);
B) da instituição da monarquia iraniana, que tinha à
frente o megalomaníaco aiatolá Khomeini com a
pretensão de dominar a Ásia Ocidental com um
poder absoluto e uma polícia secreta infiltrada nos
países da região;
C) da revolução iraniana resultante da pobreza no
campo e nas cidades do país, gerada pela reforma
agrária feita pelo Xá Reza Pahlevi que acabou com
o agro comércio no Irã;
D) da revolução iraniana liderada pelo Aiatolá
Khomeyni que melhorou as condições de vida das
mulheres garantindo-lhes igualdade de direitos
com os homens, acesso à educação e saúde
públicas.
E) da revolução iraniana que levou à derrubada do Xá
Reza Pahlevi que tinha como base de governo e de
projeto econômico o sólido apoio dos Estados
Unidos e as riquezas petrolíferas do país;