Observe o seguinte trecho de Til, de José de Alencar, no qual o narrador caracteriza a personagem Berta:
Contradição viva, seu gênio é o ser e o não ser. Busquem nela a graça da moça e encontrarão o
estouvamento do menino; porém mal se apercebam da ilusão, que já a imagem da mulher despontard em toda
sua esplêndida fascinação. A antítese banal do anjo-deménio torna-se realidade nela, em quem se cambiam no
sorriso ou no olhar a serenidade celeste com os fulvos lampejos da paixão, à semelhança do firmamento onde
ao radiante matiz da aurora sucedem os fulgores sinistros da procela.
a) Segundo o narrador, Berta é uma “contradição viva”, cujo “gênio é o ser e o não ser”. Como essa
característica da personagem se relaciona à principal função que ela desempenha na trama do romance?
b) Considerando a expressão “anjo-demônio” no contexto cultural da época em que foi escrito o romance,
justifica-se o fato de o narrador classificá-la como “antítese banal”? Explique resumidamente.