Leia o texto a seguir.
No caso de processos de entendimento mútuo lin-
guísticos, os atores erguem com seus atos de fala, ao
se entenderem com outros sobre algo, pretensões de
validez, mais precisamente, pretensões de verdade,
pretensões de correção e pretensões de sinceridade,
conforme se refiram a algo no mundo objetivo (en-
quanto totalidade dos estados de coisas existentes),
a algo no mundo social comum (enquanto totalidade
das relações interpessoais legitimamente reguladas
de um processo social) ou a algo no mundo subje-
tivo próprio (enquanto totalidade das vivências a que
têm acesso privilegiado).
HABERMAS, Júrgen. Consciência moral e agir comunicativo. Trad.
de Guido Antônio de Almeida. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,
1989, p. 79.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria do
agir comunicativo, é correto afirmar que, para Habermas, a
verdade de um enunciado é
a)
um ideal inatingível, devido aos infinitos desacordos que são
próprios da comunicação, em que diferentes posições se tor-
nam inconciliáveis entre si.
subjetiva, pois o conteúdo dos enunciados é uma represen-
tação mental, e como tal não pode ser compartilhado pelos
diversos participantes de uma comunidade linguística.
impossível, pois o espaço público é repleto de coações e res-
trições de todo tipo, que impedem o entendimento linguístico
e o estabelecimento da verdade dos enunciados.
relacionada com alguma utilidade prática ou que possa re-
sultar em alguma vantagem para aqueles que a aceitarem
como tal, sendo a eficiência técnica a maior das vantagens
possível.
um consenso intersubjetivo que resulta de uma prática dia-
lógica em que cada participante apresenta justificativas para
suas pretensões de validez, fundamentado em uma situação
ideal de fala.