“As pesquisas de Cézanne na perspectiva descobrem por sua fidelidade aos fenômenos o que a psicologia recente
deveria formular. A perspectiva vivida, a de nossa percepção, não é a perspectiva geométrica ou fotográfica: na percepção, os
objetos próximos parecem menores, os distantes maiores, o que não sucede numa fotografia, como se vê no cinema quando
um trem se aproxima e cresce muito mais depressa que um trem real nas mesmas condições”.
MERLEAU-PONTY, Maurice. A dúvida de Cézanne. São Paulo: Abril Cultural, 1975. p. 117. Coleção Os Pensadores.
Considerando a passagem acima e o ensaio de que foi retirada, explique a seguinte observação de Merleau-Ponty
acerca da pintura de Cézanne: “sua pintura seria um paradoxo: procurar a realidade sem abandonar as sensações”
(Idem, p. 306).