O que se deve chamar de Feudalismo, ou termo correlato
(modo de produção feudal, sociedade feudal, sistema
feudal etc.), é o conjunto da formação social dominante no
Ocidente, na Idade Média Central, com suas facetas
política, econômica, ideológica, institucional, social,
cultural, religiosa. Em suma, uma totalidade histórica, da
qual o feudo foi apenas um elemento. Ou melhor, do
feudo-clericalismo. Realmente, esse rótulo nos parece mais
conveniente, na medida em que explicita o papel central da
Igreja naquela sociedade. Fato fundamental e geralmente
pouco considerado. Foi por intermédio dela que se deu a
conexão entre os vários elementos que comporiam aquela
formação social.
FRANCO JÚNIOR, Hilário. A Idade Média: nascimento do Ocidente.
São Paulo: Brasiliense, 2001, p. 120. Adaptado.
Sobre o poder da Igreja nesse período, é CORRETO
afirmar:
a) A Igreja foi a maior detentora de terras naquela
sociedade essencialmente agrária, entretanto não tomou
lugar no jogo de concessão e recepção de feudos, de
modo que não se beneficiou das relações de suserania e
vassalagem, que marcavam o poder nessa época.
b) A Igreja estabelecia seu poder para além de suas
próprias terras e da vida privada, ao exercer importante
papel como legitimadora das relações horizontais,
sacralizando o contrato feudo-vassálico, e das relações
verticais, justificando a dependência servil.
c) O poder da Igreja era grande, mas restringia-se ao
controle da vida privada e das manifestações mais
íntimas da vida dos individuos: a consciência, por meio
da confissão, a vida sexual, por meio do casamento, o
tempo, por meio do calendário litúrgico.
d) A Igreja, como grande detentora de terras, determinava
a importância do feudo como estruturador da totalidade
histórica da Idade Média.
e) A Igreja sacramentava seu poder por meio da
superioridade do clero, que detinha o poder político,
mesmo que intervindo apenas junto aos vassalos sobre
os quais tinha influência.