Na sua narrativa da Guerra do Peloponeso, Tucídides assim relata as práticas funerais atenienses.
“Desse cortejo participam livremente cidadãos e estrangeiros; e as mulheres da família estão
presentes, ao túmulo, fazendo ouvir sua lamentação. Depositam-se, em seguida, os despojos no
monumento público, situado na mais bela avenida da cidade, e onde as vítimas de guerra são
sempre sepultadas — à exceção dos mortos de Maratona: a estes, considerando-se seu mérito
excepcional, concedeu-se sepultura no próprio lugar da batalha. Uma vez que a terra recobre os
mortos, um homem escolhido pela pófis, reputado por distinguir-se intelectualmente e gozar de alta
estima, pronuncia em sua honra um elogio apropriado; depois disto, todos se retiram. Assim têm
lugar esses funerais; e, durante toda a guerra, quando era o caso, aplicava-se o costume”.
Citado em LORAUX, N. 4 invenção de Atenas. Rio de Janeiro: Editora 34, 1994. p. 39.
Assinale a alternativa correta a respeito da história da antiguidade grega, a partir do texto
apresentado.
(A) Os ritos funerais na Grécia antiga eram cerimônias religiosas, destinadas apenas a conduzir ao
paraiso os heróis mortos.
(B) Os metecos, participantes das práticas funerais, formavam parte do demos ateniense e
possuiam os mesmos direitos políticos que os cidadãos da pólis.
(C) Todos os soldados atenienses mortos nos confrontos com Esparta, em razão do grande mérito
de seus feitos, eram sepultados no próprio lugar da batalha.
(D) A cena descrita, ocorrida na democracia ateniense, indica o valor dado aos cidadãos mais
eloquentes da cidade.
(E) A realização de um discurso fúnebre por alguém escolhido na massa de cidadãos de Atenas
revela o caráter secundário e improvisado da cerimônia.