Em 2011, a Netflix lançou a série Black Mirror cuja finalidade é pôr em questão a problemática relação
tecnologia e humanidade. O filósofo Martin Heidegger (1889-1976), na década de 1950, já alertava
como o uso não crítico da tecnologia poderia levar os humanos à sua destruição mediante a destruição
da natureza. Diz o filósofo:
“Uma região da terra, em contrapartida, é desafiada por causa da demanda de carvão e minério. A
riqueza da terra desabriga-se agora como reserva mineral de carvão, o solo como espaço de depósitos
minerais. De outro modo se mostrava o campo que o camponês antigamente preparava, onde
preparar ainda significava: cuidar e guardar. O fazer do camponês não desafia o solo do campo. Ao
semear a semente, ele entrega a semeadura às forças do crescimento e protege seu desenvolvimento.
Entretanto, também a preparação do campo entrou na esteira de um tipo de preparação diferente,
um tipo que põe a natureza. Esta preparação põe a natureza no sentido do desafio. O campo é agora
uma indústria de alimentação motorizada. O ar é posto para o fornecimento de nitrogênio, o solo
para o fornecimento de urânio, este para a produção de energia atômica, que pode ser associada ao
emprego pacífico ou à destruição:
HEIDEGGER, M. A questão da técnica. Cadernos de tradução, n. 2, DF/USP, 1997.
E inegável todo o conforto trazido pela tecnologia em vários setores da vida moderna (produção de
alimentos, viagens, comunicação, etc.). Entretanto, é preciso considerar o alerta do filósofo e da série
da Netflix, pois o problema não é produzir e sim a forma como se produz.
a) Indique um impacto negativo da tecnologia para o setor do campo (agricola ou pecuária).
b) Justifique sua resposta.