Não ignoro a opnião antiga e muito difundida de
que o que acontece no mundo é decidido por Deus e
pelo acaso. Essa opinião é muito aceita em nossos dias,
devido às grandes transformações ocorridas, e que
ocorrem diariamente, as quais escapam à conjectura
humana. Não obstante, para não ignorar inteiramente o
nosso livre-arbítrio, creio que se pode aceitar que a sorte
decida metade dos nossos atos, mas [o livre-arbítrio] nos
permite o controle sobre a outra metade.
MAQUIAVEL, NO Principe. Brasiia: EdUnB, 1978 (acapiado)
Em O Príncipe, Maquiavel refletiu sobre o exercício do
poder em seu tempo. No trecho citado, o autor demonstra
o vínculo entre o seu pensamento político e o humanismo
renascentista ao
O valorizar a interferência divina nos acontecimentos
definidores do seu tempo.
rejeitar a intervenção da acaso nos processos políticos.
afirmar a confiança na razão autônoma como
fundamento da ação humana.
romper com a tradição que valorizava o passado
como fonte de aprendizagem.
redefinir a ação política com base na unidade entre
fé e razão.
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