Atente para o seguinte excerto de um texto
baseado nos estudos da historiadora Mary Del Priore
a respeito da cultura e do cotidiano de um período
do Brasil Colônia:
"(...) no Brasil de 1650 não existiam tabus como o
da virgindade obrigatória até o casamento.
Quebrado em tempos modernos, esse tabu ainda
estava por nascer em 1600, e até o século XVIII era
difícil achar alguém que se casasse sem antes ter
tido relações sexuais. Mas o motivo era bem
diferente do atual. É que, naquela época, ter filhos
era muito importante. A mulher precisava provar ao
homem que era fértil, engravidando antes do
compromisso, uma regra consentida por toda a
comunidade — inclusive pela Igreja, desde que tudo
terminasse em casamento.”
ALVES, Januária Cristina. O lado feminino do Brasil
colonial: a vida das mulheres no século XVI. In: Revista
Super Interessante. São Paulo, Editora Abril, v.79, 1994.
O trecho acima apresenta a ideia de que
A) a cultura indígena privilegiava o fato de alguém
ter muitos filhos, para a garantia da mão de
obra na manutenção das grandes lavouras para
exportação.
B) a moralidade e a sexualidade da época eram
regradas pela Igreja, que aceitava
determinadas práticas em função da
necessidade de povoamento da colônia.
C) na época colonial, a mulher possuía liberdade
sobre sua vida sexual, pois a lei permitia-lhe ter
relações sexuais antes do casamento apenas
pelo interesse em conhecer seu parceiro.
D) esse traço cultural tipicamente europeu era um
problema para os povos nativos que tinham por
tradição a monogamia e a virgindade pré-
nupcial.