“A seus dois deuses da arte, Apolo e Dioniso,
vincula-se a nossa cognição de que no mundo
helênico existe uma enorme contraposição, quanto a
origens e objetivos, entre a arte do figurador
plástico, a apolinea, e a arte não-figurada da
música, a de Dioniso: ambos os impulsos caminham
lado a lado (...) incitando-se mutuamente a
produções sempre novas, para perpetuar nelas a
luta daquela contraposição sobre a qual a palavra
comum “arte” lançava apenas a ponta; até que, por
fim, através de um miraculoso ato metafísico da
“vontade” helênica, apareceram emparelhados um
com o outro, e nesse emparelhamento tanto a obra
de arte dionisíaca quanto a apolínea geraram a arte
trágica.”
Nietzsche, F. W. O nascimento da tragédia, 51. Trad. bras.
J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
A citação acima se refere à tese nietzscheana sobre
a origem da arte trágica. Considerando essa citação,
e o que se conhece a respeito do tema, assinale a
afirmação FALSA.
A) Há uma correlação entre arte e pessimismo que
explica a força é a capacidade de superação dos
gregos.
B) Da medida apolínea e da desmedida dionisíaca
revela-se a conversão, na cultura grega, do
sofrimento em arte.
C) O otimismo teórico de base racional está na
base do fortalecimento e do desenvolvimento
da arte trágica.
D) Para Nietzsche, a vontade helênica é a
capacidade dos gregos de fundir o apolíneo e o
dionisíaco na arte trágica.