No conto A Escrava, de 1887, Maria Firmina dos Reis expressa sua visão diante da escravidão negra no Brasil, a
exemplo do seguinte fragmento:
“Por qualquer modo que encaremos a escravidão, ela é, e sempre será um grande mal. Dela a
decadência do comércio; porque o comércio, e a lavoura caminham de mãos dadas, e o escravo não
pode fazer florescer a lavoura; porque o seu trabalho é forçado. Ele não tem futuro; o seu trabalho
não é indenizado.”
REIS, M. F. dos. A Escrava (conto). In: Literafro, 2001. Disponível em:http://www.letras.ufmg.br/literafro/autoras/24-textos-das-autoras/977-maria-firmina-dos-reis-a-escrava. Adaptado.
Uma das principais características do trabalho escravo, criticamente denunciado no fragmento acima, é
a) a inexistência de direitos econômicos sobre o lucro da produção, visto que os trabalhadores recebem pelo
trabalho realizado, em forma de escambo.
b) a carência de condições de trabalho, haja vista que o trabalhador precisa comprar seus instrumentos laborais,
isentando o patrão desse custo.
c) a escassez de liquidez sobre o trabalho braçal, posto que a maior renda do escravocrata advinha do próprio
tráfego negreiro e não da produção agrícola.
d) a falta de dignidade humana, já que o escravocrata tende a tratar seus trabalhadores como animais de estimação,
mantendo-os alimentados e protegidos, mas sem remunerá-los.
e) a ausência de remuneração monetária sobre a atividade desempenhada, uma vez que o trabalhador é uma posse
do escravocrata.