“Desejo aqui sugerir que o caipira-básico — por assim dizer — passava normalmente da enxada e do
machado para o anzol ou para a espingarda; da foice para o visgo, a arapuca, a zagaia, o mundéu, como quem
circula na mesma atmosfera contínua pela vida. Compreenderemos esse estado de coisas se considerarmos
a estreita ligação das suas representações religiosas com a vida agrícola, a caça, a pesca e a coleta, e de
ambas com a literatura oral.”
CANDIDO, Antônio. Os Parceiros do Rio Bonito: estudo sobre o caipira paulista e a
transformação dos seus meios de vida. São Paulo: Duas Cidades, 1979.
Nesse trecho da análise clássica de Antônio Candido sobre as transformações no modo de vida caipira
no interior de São Paulo, o autor destaca
A) a intensificação da divisão do trabalho no meio caipira.
B) a produção ideológica camponesa com base em valores irracionais.
C) a baixa especialização e a reduzida produtividade do trabalho caipira.
D) a relação de continuidade entre a esfera do trabalho e a simbologia caipira.