Um mito muito repetido é que só usamos 10% do cérebro. Não se sabe bem como isso se originou,
mas pode ser visto em anúncios e brochuras de autoajuda desde o final do século XIX. A ideia é usada hoje
com frequência em contextos semelhantes e para promover práticas e produtos que afirmam destravar ou
dar acesso a mais poder cerebral. Mas é totalmente um mito. Os estudos do cérebro com as modernas
técnicas de imagiologia não encontram nele nenhuma parte significativa que fique inativa sob uma variedade
de estímulos, nem mesmo no sono. As lesões no cérebro provocam problemas, no mínimo de curto prazo,
até que se estabeleçam novas vias em torno da lesão. Ninguém optaria por perder 90% do cérebro com
base em que continuaria bem com 10%. Finalmente, a evolução não nos permitiria desperdiçar parte tão
grande de um órgão de funcionamento tão caro: o cérebro corresponde a cerca de 2% de nosso peso, mas
usa 20% do oxigênio que consumimos. É quase certo que ele faça alguma coisa com todo esse
oxigênio!
ROONEY, Anne. Cérebro preguiçoso. /n: A História da Neurociência. São Paulo: M. Books do
Brasil Editora Ltda., 2018, p. 67. (Fragmento)
A) Explique a função do termo “totalmente” no enunciado “Mas é totalmente um mito”.
B) Considerando-se a direção argumentativa do texto apresentado, explique o sentido do enunciado “É
quase certo que ele faça alguma coisa com todo esse oxigênio!”.