Atente para este poema de Ferreira Gullar, escrito em meados da década de 1960:
Madrugada
Do fundo de meu quarto, do fundo
de meu corpo
clandestino
ouço (não vejo)
crescer no osso da noite e no músculo da noite
a noite
a noite ocidental obscenamente acesa
sobre meu país dividido em classes
Convivem e confrontam-se nesse poema duas forças características da poesia de Gullar:
(A) o saudosismo e a desesperança sem consolo.
(B) o humor e a incitação à luta social.
(C) os polos da subjetividade e da política.
(D) o biografismo e a alta metafísica.
(E) as forças do amor e da vã resistência.