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Perguntava-me quais poderiam ser as causas e motivos que levavam tantos homens, clérigos e outros,
a maldizer as mulheres e a condenar suas condutas em palavras, tratados e escritos. Isso não é
questão de um ou dois homens [...] Filósofos, poetas e moralistas, e a lista poderia ser bem longa,
todos parecem falar com a mesma voz para chegar à conclusão de que a mulher é profundamente
má e inclinada ao vício. [...] Mas, pelo meu conhecimento e experiência e por mais que examinasse
profundamente a questão, não conseguia compreender, nem admitir, a legitimidade de tal julgamento
sobre a natureza e a conduta das mulheres.
CHRISTINE DE PIZAN. A cidade das damas.
Tradução e apresentação de Luciana Eleonora de Freitas Calado Deplagne.
Florianópolis: Editora Mulheres, 2012. p. 58-59.
Considerando o texto de Christine de Pizan (1363-1430) e a produção de conhecimento nos períodos
conhecidos como medieval e moderno, é correto afirmar que
(A) a autora expressa seu acordo com o que lia sobre as mulheres e com o que pensava ela mesma
sobre as mulheres.
(B) a produção autoral das mulheres, comparada à produção escrita por homens, é mais abundante
e uma das razões que explica essa situação é o acesso delas aos espaços de alfabetização e
escrita.
(C) a autora é a principal representante do movimento político e organizado que, no século XV,
reivindicava mais direitos políticos às mulheres.
(D) a autora não concorda com os argumentos que lia em outros textos, escritos por homens.
(E) a autora afirma que a lista de obras sobre a natureza das mulheres não é muito extensa.