[...] Foi sem dúvida entre os meses de janeiro e outubro
de 1822 que o Brasil, finalmente, se fez independente: isto
é, separou-se de Portugal. Nada garantia que essa indepen-
dência seria duradoura, é verdade, mas foi entre esses me-
ses que ela se concretizou, exigindo esforços posteriores de
consolidação; mas seriam antes esforços de reforço de algo
que já existia do que de criação abrupta de algo novo.
E o que, afinal, ocorreu no dia 7 de setembro de 1822?
Um pequeno acontecimento que não foi imediatamente va-
lorizado justamente por não ser de grande importância em
comparação com os demais que tinham ocorrido e ainda
ocorreriam naquele ano; mas que posteriormente se tornaria
o principal marco da memória da Independência. Um marco
da memória, e não da história.
(João Paulo Pimenta. Independência do Brasil, 2022.)
Ao tratar da Independência do Brasil em relação a Portugal,
o excerto enfatiza
(A) o caráter processual da emancipação, que resultou de
diversas articulações e ações políticas.
(B) a negociação entre colônia e metrópole, que assegurou o
caráter pacífico da emancipação.
(C) o esforço do príncipe regente, que visava promover a
consolidação da emancipação política brasileira.
(D) o imediatismo do gesto ruptural, que provocou surpresa
na população de toda a colônia.
(E) a percepção imediata da importância dos eventos ocor-
ridos às margens do riacho do Ipiranga, que mudaram
politicamente o país.