O tema da efemeridade da vida é um dos traços que caracterizam o estilo de
época a que pertence Gregório de Matos. Recorrente não só no século XVII,
mas de um modo geral em toda a história da literatura, esse tema está presente
nos seguintes versos:
a)
b)
Senhor Deus dos desgraçados! / Dizei-me vós, Senhor Deus! / Se é
loucura... se é verdade / Tanto horror perante os céus... (Castro Alves)
Sabeis, cristãos, por que não faz fruto a palavra de Deus? Por culpa
dos pregadores. Sabeis, pregadores, por que não faz fruto a palavra
de Deus? Por culpa nossa. (Pe. Antônio Vieira)
Já o verme — este operário das ruínas — [...] / Anda a espreitar meus
olhos para roê-los, / E há de deixar-me apenas os cabelos, / Na
frialdade inorgânica da terra! (Augusto dos Anjos)
Quero morrer! Este mundo / Com seu sarcasmo profundo / Manchou-
me de lodo e fel! ( Fagundes Varela)
Infinitos espíritos dispersos [...] fecundai o Mistério destes versos /
com a chama ideal de todos os mistérios. (Cruz e Sousa)