TENHO PENA DOS ASTRÔNOMOS.
Eles podem ver os objetos de sua afeição — estrelas, galáxias, quasares — apenas remotamente: na forma
de imagens e telas de computador ou como ondas luminosas projetadas de espectrógrafos antipáticos.
Mas, muitos de nós, que estudam planetas e asteroides, podem acariciar blocos de nossos amados corpos
celestes e induzi-los a revelar seus mais íntimos segredos. Quando eu era aluno de graduação em
astronomia, passei muitas noites geladas observando por telescópios aglomerados de estrelas e nebulosas
e posso garantir que tocar um fragmento de asteroide é mais gratificante emocionalmente: eles oferecem
uma conexão tangível com o que, de outra forma, pareceria distante e abstrato.
Os fragmentos de asteroides que mais me fascinam são os condritos. Esses meteoritos, que compõem mais
de 80% dos que se precipitam do espaço, derivam seu nome dos côndrulos que praticamente todos contém
- minúsculas esferas de material fundido, muitas vezes menores do que um grão de arroz. (...) Quando
examinamos finas fatias de condritos sob um microscópio, ficamos sensibilizados da mesma maneira como
quando contemplamos pinturas de Wassily Kandinsky e outros artistas abstratos.
(Alan E. Rubin”, Segredos dos meteoritos primitivos. Scientific American Brasil. março 2013, p. 49.)
* Alan E. Rubin é geofísico e leciona na Universidade da Califómia
a) Esse trecho, que introduz um artigo científico sobre meteoritos primitivos, apresenta um estilo pouco
usual nessa espécie de texto. Indique duas expressões nominais ou verbais do texto que identificam
esse estilo.
b) Nesse trecho, ocorre uma altemância entre o uso da primeira pessoa do singular e o da primeira
pessoa do plural. Dê uma justificativa para o uso dessa alternância na passagem.