A dependência regional maior ou menor da mão de
obra escrava teve reflexos políticos importantes no
encaminhamento da extinção da escravatura. Mas a
possibilidade e a habilidade de lograr uma solução
alternativa — caso típico de São Paulo — desempenharam,
ao mesmo tempo, papel relevante.
FAUSTO, 8. História do Brasil São Paulo: EDUSP, 2000.
A crise do escravismo expressava a difícil questão em
tomo da substituição da mão de obra, que resultou
O na constituição de um mercado interno de mão
de obra livre, constituído pelos libertos, uma vez
que a maioria dos imigrantes se rebelou contra a
superexploração do trabalho.
O no confronto entre a aristocracia tradicional, que
defendia a escravidão e os privilégios políticos, e
os cafeicultores, que lutavam pela modernização
econômica com a adoção do trabalho livre.
E no “branqueamento” da população, para afastar
o predomínio das raças consideradas inferiores
e concretizar a ideia do Brasil como modelo de
civilização dos trópicos.
O no tráfico interprovincial dos escravos das áreas
decadentes do Nordeste para o Vale do Paraíba,
para a garantia da rentabilidade do café.
O na adoção de formas disfarçadas de trabalho
compulsório com emprego dos libertos nos cafezais
paulistas, uma vez que os imigrantes foram trabalhar
em outras regiões do pais.