O exercício da crônica
Escrever prosa é uma arte ingrata. Eu digo prosa
fiada, como faz um cronista; não a prosa de um ficcionista,
na qual este é levado meio a tapas pelas personagens
e siluações que, azar dele, criou porque quis. Com um
prosador do cotidiano, a coisa fia mais fino. Senta-se
ele diante de sua máquina, olha através da janela e
busca fundo em sua imaginação um fato qualquer, de
preferência colhido no noticiário matutino, ou da véspera,
em que, com as suas artimanhas peculiares, possa injetar
um sangue novo. Se nada houver, resta-lhe o recurso de
olhar em torno e esperar que, alravés de um processo
associativo. surja-lhe de repente a crônica, provinda dos
fatos e feitos de sua vida emocionalmente despertados
pela concentração. Ou então, em última instância, recorrer
ao assunto da falta de assunto, já bastante gasto, mas do
qual, no ato de escrever, pode surgir O inesperado.
MORAES V Para viver um grande amor ctrca pome So Pt Cc Lars, 991
Predomina nesse texto a função da linguagem que se constitui
nas diferenças entre o cronista e o ficcionista.
nos elementos que servem de inspiração ao cronista.
nos assuntos que podem ser tratados em uma crônica.
no papel da vida do cronista no processo de escrita
da crônica.
nas dificuldades de se escrever uma crônica por meio
de uma crônica.
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