Doc. 01
“Na maior parte das obras produzidas ao longo da
Idade Média, existe um único plano. A ausência
de profundidade nas pinturas medievais não é
fruto de um desconhecimento técnico, mas de
intensa religiosidade [..] Para o homem
medieval, o espaço era uma dimensão divina, não
material, e que não poderia, portanto ser
representado. Deus era — concebido
simultaneamente, entidade onisciente capaz de
ver tudo e a todos ao mesmo tempo [...] muitas
imagens representavam uma série de ações em
um mesmo plano. O protagonismo dos
personagens era dado pelo tamanho: quanto
maior a imagem, maior a sua importância”.
(BRAICK, Patrícia Ramos & MOTA, Myriam Becho.
História: das cavernas ao terceiro milênio. Das origens
da Humanidade às reformas Religiosas. São Paulo:
Moderna, 2010. p. 184.)
EREDOII - IGREJA DE
‘San CLIMENT DE TAÚUL LÉRIDA
Cristo pantocrator, forma tradicional da representação
de Cristo, em posição soberana. Pantocrator significa
“onipotente” ou “aquele que tudo rege: Pintura mural
da Igreja de Sant Climent de Tau, Espanha, construção
românica dos séculos Xl e Xl
Os Documentos 01 e 02 são referências às
pinturas medievais. A concepção de mundo que
se apreende destes documentos identifica-se com
o:
O Estoicismo, que enfatizava o desprezo aos
prazeres do corpo e a valorização das
virtudes e da alma.
© Antropocentrismo, que formulava os
conceitos de arte a partir da centralidade do
homem e da ciência.
O Helenismo, que influenciou na formulação de
conceitos humanistas adequados tanto para
a pintura quanto para a arquitetura.
O Teocentrismo, pelo qual o conceito de Deus
encontra-se na centralidade da compreensão
de tempo e de espaço na Idade Média.
O Hedonismo, que desprezava os princípios da
concepção teológica da divindade cristã
onisciente e apegava-se à ideia pagã dos
deuses romanos.