A evolução de beneficiamento do café foi crescente, a partir do último quartel do século XIX, sobretudo nas
fazendas do Oeste Paulista. Fábricas, como a Lidgerwood, a MacHardy e outras passaram a fornecer
máquinas de boa qualidade, que contribuiriam para melhorar o processo produtivo do café e modificar, ao
ser instaladas, a própria arquitetura do espaço de produção das fazendas. Assim sendo, afirma-se que,
nestes tipos de fazendas, a entrada de máquinas e de novas técnicas de produção:
alterou a composição da força de trabalho, pois os escravos especializados em carpintaria, marcenaria,
construção civil, etc., existentes na maioria delas, não eram habituados à leitura de manuais e
desenhos, nem capazes de promover adaptações técnicas eventualmente necessárias, projetando neste
contexto a figura dos “maquinistas”, que desta maneira se tornaram agentes fundamentais na
implantação e funcionamento das novas instalações mecânicas.
O modificou a estrutura hierárquica nestas fazendas, pois o trabalho passou a ser organizado a partir das
relações de produção baseadas no sistema de parceria, que foi introduzido neste contexto em questão
e que projetou, no cenário da cultura cafeeira, a figura do capataz que, por se tratar em geral de um
imigrante italiano, reunia as condições necessárias para administrar todo o processo produtivo, ou seja,
da preparação do terreno até a exportação pelo porto de Santos.
O favoreceu os trabalhadores livres que viviam nos arredores destas fazendas, pois tais sujeitos tinham
qualificação suficiente para o manuseio das novas técnicas de produção, ao contrário dos escravos que
não desenvolveram habilidades para o uso das máquinas e das novas técnicas que foram introduzidas
no processo produtivo em questão, garantindo, deste modo, a inserção da mão de obra livre nacional
no mercado de trabalho agrícola, evitando a imigração europeia para esta região.
O consolidou as relações de trabalho baseadas na exploração da mão-de-obra escrava, posto que as
novas técnicas introduzidas nestas fazendas representavam uma exceção no Brasil imperial e, por esta
razão, não tiveram incentivo algum por parte das autoridades políticas locais, que passaram a defender
com maior rigor a manutenção da escravidão nestas fazendas sob pena de perderem o apoio dos
fazendeiros do Oeste Paulista que não podiam pagar pelas inovações tecnológicas.
O contribuiu para o crescimento da produção nesta região, revigorando a malha ferroviária da época,
construída para o escoamento da produção cafeeira em larga escala pelas fazendas, cujos proprietários
haviam transformado os seus escravos em trabalhadores meeiros, livres do ônus da produção e
participantes dos lucros da exportação, fato que estimulou a aprovação da lei Áurea pelo Estado
Imperial em favor dos poucos escravos existentes no Brasil naquele contexto.