“A duzentos anos de distância, embora ainda velados muitos pormenores desse
fantástico enredo, sente-se a imprescindibilidade daqueles encontros, de raças e
homens; do nascimento do ouro; da grandeza e decadência das Minas; desses gráficos
tão bem traçados de ambição que cresce e da humanidade que declina; a
imprescindibilidade das lágrimas e exílios, da humilhação do abandono amargo, da
morte afrontosa — a imprescindibilidade das vítimas, para a definitiva execração dos
tiranos.” (Cecília Meireles, Romanceiro da Inconfidência)
O fragmento transcrito faz parte da conferência “Como escrevi o Romanceiro da
Inconfidência”, proferida por Cecília Meireles em 1955. Com base na leitura do
Romanceiro e nos conhecimentos sobre a literatura do período, assinale a alternativa
correta.
a) O Romanceiro da Inconfidência exemplifica a principal tendência da literatura produzida em
meados do século XX no Brasil: longos poemas épicos inspirados na História do país
b) Para apresentar a variedade humana envolvida nos episódios, o poema aproveita elementos
do gênero dramático, de que são exemplo as falas de personagens espalhadas ao longo do
texto.
c) O engajamento político explicitado no texto da conferência é constante na obra de Cecilia
Meireles, pois para ela a
poesia lírica deveria ser instrumento para mudanças sociais.
d) Não se pode considerar o Romanceiro um poema narrativo, pois, ao contrário do que
acontece no trecho da conferência, o poema embaralha a ordem de apresentação dos
acontecimentos históricos.
e) Enquanto a conferência propõe que os tiranos sejam execrados, o Romanceiro da
Inconfidência, por ser um texto lírico, revela sentimentos sem julgar ou estabelecer
responsabilidades