[A crise] do feudalismo deriva não propriamente do renasci-
mento do comércio em si mesmo, mas da maneira pela qual a
estrutura feudal reage ao impacto da economia de mercado. O
revivescimento do comércio (isto é, a instauração de um setor
mercantil na economia e o desenvolvimento de um setor urbano
na sociedade) pode promover, de um lado, a lenta dissolução dos
laços servis, e de outro lado, o enrijecimento da servidão. (...)
Nos dois setores, abre-se pois a crise social.
(Femando A. Novais, Pormgal e Brasilna crise do Antigo Sistema Colonial. 63-4)
Segundo o autor,
(A) arise foi provocada pelo impacto do desenvolvimento comer-
cial e urbano na sociedade, pois, na medida em que reforça
a servidão, origina as insurreições camponesas e, quando fra-
giliza os vínculos servis, provoca as insurreições urbanas.
(B) a crise do feudalismo nada mais é do que o marasmo eco-
nômico provocado pela queda da produção, uma vez que há
um número menor de camponeses livres, o que leva à crise
social do campo, prejudicando também a nobreza
(C) a crise foi motivada por fatores exteos ao feudalismo, isto
é, o alargamento do mercado pressiona o aumento da produ-
ção no campo e na cidade, o que leva à queda dos preços e
às insurreições camponesas e urbanas.
(D) o desenvolvimento comercial e urbano em si não leva à
crise, pois o que deve ser levado em consideração é a crise
social provocada pelo enfraquecimento dos laços servis,
tanto no campo como na cidade.
(E) as insurreições camponesas e urbanas são as respostas para
a crise feudal, pois a servidão foi reforçada tanto no campo
como na cidade, garantindo a sobrevivência da nobreza por
meio do pagamento de impostos.