“São Francisco botava o dedo nas feridas dos leprosos. Mas é
que ele era um santo, fazia milagres, e ela é simplesmente
Doralice Leitão Leiria, um ser humano como qualquer outro.”
(Érico Verissimo, Caminhos cruzados. São Paulo: Companhia de Bolso, 2016, p 77)
* — Queres seguir a política? Então? Procura imitar Bismarck!
Haverá padrão melhor?”
(Idem, p. 290.)
Os fragmentos acima captam um dos traços principais de
Caminhos cruzados no que diz respeito à identidade narrativa
das personagens. Considerando o conjunto do romance, tal
traço consiste em uma
a) percepção de que a necessidade de status na vida social e
a produção de desejos políticos e religiosos nascem da
cópia de um modelo consagrado.
b) afirmação, por meio do narrador, da necessidade de
protagonistas bem construídos para o êxito da narrativa
ficcional
€) recusa dos modelos bem sucedidos na vida social, pois
eles constrangem a imaginação artística e moral dos
romancistas.
d) representação literária da condição humana, que não
necessita de figuras imaginárias para atribuir sentido à vida
religiosa e política.