“O tropicalismo buscava revolucionar a linguagem e o
comportamento na vida cotidiana, — incorporando-se
simultaneamente à sociedade de massa e aos mecanismos do
mercado de produção cultural. Criticava ao mesmo tempo a
ditadura e uma estética de esquerda acusada de menosprezar
a forma artística. Articulava aspectos modemos e arcaicos,
buscava retomar criticamente a tradição brasileira e absorver
influências estrangeiras de modo ‘antropofagico’.”
(Marcelo Rident, “Cultura”, em Daniel Aarão Reis (org), Modemização,
ditadura e democracia: 1964-2010. Rio de Janeiro: Objetiva, 2014, p. 256.)
O tropicalismo, no contexto cultural brasileiro dos anos 1960 e
1970,
a) foi influenciado pelo manifesto antropotágico e propunha
digerir aspectos da cultura mundial — como a guitarra
elétrica e a televisão — para difundir o ideal de uma
sociedade alinhada com os interesses da modemização
econômica da ditadura.
b) era um movimento que criticava a ditadura, associada à
Jovem Guarda, e a esquerda, identificada com a Bossa
Nova, propondo uma leitura imparcial para a cultura, como
se observa na música popular e na dramaturgia do Teatro
Oficina.
c) criticava o Cinema Novo e a glamorização da “estética da
fome”, preferindo abrir-se para os movimentos
internacionais, como fizeram o modernismo em relação ao
futurismo e a vanguarda do grupo do Teatro Opinião.
d) usava referências eruditas e populares, incorporava
aspectos da música pop mesclada a aspectos regionais e
expressava críticas à ditadura e ao patrulhamento
praticado por alguns fãs das canções de protesto.