Havia dois golpes em marcha. O de Jango viria amparado no “dispositivo
militar” e nas bases sindicais, que cairiam sobre o Congresso, obrigando-o
a aprovar um pacote de reformas e a mudança das regras do jogo da
sucessão presidencial. (...)
O ex-governador gaúcho Leonel Brizola achava que viria de cá, do
presidente, seu cunhado....Fazia tempo que Brizola repetia:
“Se não dermos o golpe, eles o darão contra nós”.
Elio Gaspari. 4 ditadura envergonhada. São Paulo: Companhia das Letras, 2002, p.51
O texto acima relata os momentos decisivos que levaram ao golpe contra
João Goulart, em 1964. Nele, há a citação de “dois golpes em marcha”. Um
está explicitado do excerto, o outro está corretamente indicado em uma das
alternativas abaixo. Trata-se
a) das articulações do capital externo, capitaneado pelos Estados Unidos,
tendo à frente, no Brasil, partidos da oposição ao presidente Goulart, como
o PTB.
b) do golpe civil-militar — setores opositores das medidas tidas como
esquerdizantes do até então presidente Goulart — apoiados decisivamente
pelos Estados Unidos.
c) do golpe militar que resultou na retirada de João Goulart da presidência,
impondo um governo de exceção ao Brasil, marcado, por sua vez, pelas
garantias das liberdades individuais.
d) de conspirações oposicionistas às “Reformas de Bases” — amplo programa
de base populista, visando às reformas estruturais —, consolidando uma
reforma agrária radical já em curso no Brasil.
e) da luta armada a João Goulart, pois com sua ascensão, o capital externo
passou a consolidar seu domínio sobre o país, com a marginalização das
camadas populares.